A Passarela Professor Darcy Ribeiro, popularmente conhecida como Sambódromo (é o nome dado aos conjuntos arquitetônicos destinados aos desfiles das Escolas de Samba. Geralmente são compostos por uma passarela e uma área de dispersão das agremiações).
A Passarela localiza-se na Avenida Marquês de Sapucaí, na cidade do Rio de Janeiro. A maior parte da passarela situa-se no Centro da cidade, porém a sua porção final, após a Avenida Salvador de Sá, pertence ao bairro Cidade Nova.
Niemeyer retorna ao Brasil no começo dos anos 80, no início da abertura política, quando dá anistia dos exilados no governo João Figueiredo. Na ocasião o antropólogo Darcy Ribeiro, amigo de Niemeyer, era vice de Brizola, ex-exilado e governador do Rio de Janeiro eleito em 1982.
Para consolidar os projetos educacionais e culturais de Darcy Ribeiro, Niemeyer projeta o Sambódromo do Rio de Janeiro, que possui salas de aula sob as arquibancadas, a Passarela foi construída em tempo recorde para o carnaval de 1984, foram quatro meses de obras.
Segundo as informações da página de Niemeyer o projeto busca devolver ao povo o Desfile das Escolas de Samba que contempla os camarotes suspensos na cota + 3, assim toda a área do pavimento térreo permanece livre. A estrutura consiste de um lado, de seis blocos de arquibancadas separados 30 metros com o objetivo de criar as praças populares. Do outro, um grande bloco de camarotes que segue até o fim o prédio da Brahma(hoje já demolido).
O projeto único no mundo em sua tipologia dota a cidade de um equipamento urbano permanente para a exibição do tradicional espetáculo do desfile das escolas de samba.
Inaugurada em 1984, marcou o início do sistema de desfiles das escolas de samba em duas noites. Sua estrutura, em peças pré-moldadas de concreto, possui cerca 700 metros de comprimento, e antes da reforma,capacidade para 60.000 pessoas.
No final da Passarela, as arquibancadas separem-se criando uma grande praça, chamada Apoteose, onde também está situado o Museu do Samba que com seus largos degraus – o palco – abre-se para a praça e o Museu para a Rua Frei Caneca. Arrematando a composição um grande arco delimita o final do espetáculo.
O fantástico projeto previa outros usos durante o ano: grandes escolas, creches, centros de saúde, ateliers de artesanato, etc. E a praça, como palco de grandes eventos culturais e sociais da cidade.
“ Tudo isso vai conferir ao empreendimento um caráter humano e cultural inesperado, qualificando-o como um dos mais importantes centros de cultura do país, segundo o próprio Oscar Niemeyer.
(…) Metamorfose que devemos ao espírito inquieto e criativo de Darcy Ribeiro que elaborou o programa, permitindo levar para aquela área não apenas a Passarela do Samba que afinal sempre lhe pertenceu, mas também os instrumentos de lazer e cultura que lhe faltavam. Com isso a Passarela do Samba assumiu outro conteúdo, e se fez mais humana como toda obra de caráter coletivo deveria ser. Organizado o projeto, fixada a solução arquitetural, a grande praça por razões diversas, de espaço vital principalmente passou a constituir um prolongamento natural da Passarela. Daí surgindo a idéia de nela a inserir, enriquecendo os desfiles, fazendo-os mais criativos e atraentes.”
“No que concerne a arquitetura, o mais importante foi, primeiro, encontrar uma solução inusitada para a integração das salas de aula e das tribunas. Uma solução simples e funcional com o objetivo de não comprometer a unidade. Em seguida, dar ao conjunto um sentido plástico, inovador, qualquer coisa capaz de marcá-lo como o novo símbolo dessa cidade. Isso explica o Museu do Samba, o painel de Marianne Peretti, os mosaicos de Athos Bulcão, o grande arco, esbelto e elegante, lançado no espaço como o concreto armado permite. E tudo isto conferiu à Praça da Apoteose, que os grandes espaços tornam monumental, uma nova dimensão arquitetônica, e esse nível de bom gosto, fantasia e invenção inerente a toda obra de arte.”
Depois de 28 anos o projeto é concluído
Vinte e sete anos depois de sua construção, o Sambódromo sofreu grandes modificações, as reformas visam os Jogos Olímpicos Rio 2016.
A obra, iniciada logo após o Carnaval de 2011, contou com quase 600 operários, que se revezaram em turnos, mantendo as obras funcionando as 24 horas dia.
Para permitir a contrução das novas arquibancadas, todo o prédio da antiga fábrica da Brahma, teve seu tombamento revogado e foi implodido.
O desmonte das estruturas do Setor 2 começou pelo lote de camarotes mais próximo do Setor 9, a reforma incrementou o numero de assentos para 78.000.
Foi construído um novo bloco com quatro módulos de arquibancadas, camarotes, incluindo áreas para a instalação de banheiros públicos, postos médicos, sala de segurança, áreas de serviço e um espaço destinado para os jurados.
A reforma de ampliação contou com o aval do arquiteto Oscar Niemeyer.A instalação, que foi adaptada para receber confortavelmente pessoas com dificuldade de locomoção, teve ampliado o número de frisas, de 1.094 para 1.823.
O Sambódromo terá ainda sistema de sonorização nos dois lados da avenida.Foram reformadas instalações já existentes, com a recuperação estrutural e pintura de todos os setores, renovação do museu e do palco da Praça da Apoteose, no fim do Sambódromo.
Veja abaixo o Time lapse de toda a obra do Sambódromo:
Sambódromo: Primeira Instalação esportiva finalizalida das Olímpiadas Rio 2016
No dia 12 de fevereiro de 2012 foi realizada a Inauguração Oficial das novas instalações que também sediarão durante os Jogos Olímpicos de 2016, as provas de tiro com arco além da largada e chegada da maratona, evento contou com a presença do arquiteto Oscar Niemeyer.
Para incentivar o espiríto carnavalesco com fôlego de sobra, a Marquês de Sapucaí ficou lotada com atletas vestidos de foliões. Na prova Corre aí na Sapucaí, mil amantes do esporte inscritos participaram fantasiados da corrida de 5km do percurso que começou e terminou em um dos cartões postais mais conhecidos do Rio: O Sambódromo.